sexta-feira, 30 de junho de 2017

Vieira da Silva - Canção para uma manhã diferente

mundo da canção nº 4

Mais uma presença do cantor nascido em Ílhavo em 1946, Vieira da Silva. Efectivamente o nº 4 da revista "mundo da canção" destacava este cantor de intervenção por duas vezes, primeiro ao anunciar o "2º Convívio mc" que se realizaria a 25 de Abril com a presença do cantor.



Uma segunda vez ao publicar as letras de 2 canções do então recém editado EP "para a construção da cidade necessária". As letras são, a canção título do EP, que já ouvimos quando recuperámos o nº 3 da revista, e "Canção para uma manhã diferente".



Com letra e música de Vieira da Silva é a vez de "Canção para uma manhã diferente".



Vieira da Silva - Canção para uma manhã diferente

mundo da canção nº 4 de Março de 1970

mundo da canção nº 4


Vamos para mais um nº da revista "mundo da canção", é o nº 4 publicado no mês de Março de 1970. A capa vai para os holandeses Shocking Blue então no auge de popularidade devido ao sucesso que foi a canção "Venus". 






A revista consta essencialmente da publicação de letras de músicas de canções de diversos estilos, do Pop-Rock à canção de intervenção nacional, mas também de entrevistas como as que constam neste nº, Rui Mingas e Manuel Freire e pequenas rubricas como "MC Notícia", "MC Conselho", "TOP-MC (Porto)" e os "Prémios de Imprensa".


 



De referir ainda o editorial feito com extractos de uma entrevista do cantor Toni de Matos.





quinta-feira, 29 de junho de 2017

Crosby, Stills, Nash & Young - Carry On

Ao digitalizar textos publicados pelo meu pai em jornais de Ovar, mas não incluídos nos 2 livros entretanto editados, deparei com um artigo insuficientemente intitulado “Os Jovens e os Livros” onde ele se manifestava preocupado pela falta de interesse da juventude na leitura, assim como a fácil motivação por produtos, de menor interesse e qualidade duvidosa, passados nas televisões e cinemas e ainda pela generalidade da música Rock. Mas fazia salvaguarda do seguinte modo:
“Quanto ao aspecto específico da música, eu gostaria de abrir aqui um parênteses para dizer o seguinte: não pensem que não tenho também um certo gosto pela música rock. Tenho, sim senhor, não vejo qualquer relutância em afirmá-lo, quando ela é de boa qualidade. Comprei muitos discos daqueles grandes conjuntos dos anos 60 como, por exemplo, de Os Beatles, de Os Moody Blues, de Crosby, Stills, Nash & Young, de Simon e Garfunkel, de Os Doors, dos Pink Floyd, de Santana, etc, que foi a época de oiro deste tipo de música popular e que volta a aparecer agora em força através da reedição dos seus discos e em concertos memoráveis e que ainda continua a ser do melhor que há no meio de tanta mediocridade que prolifera por aí.” 

E continuava na manifestação do seu gosto, desde muito novo, pela música clássica e em particular por Schubert…

Bem, mas o que na realidade me chamou a atenção nestas linhas foi o facto de (o artigo foi escrito em finais de 1996) ele ainda se recordar de grupos como The Moody Blues, ou os Crosby, Stills, Nash & Young ou até mesmo The Doors sem sequer me ter então consultado. Na realidade a aquisição de álbuns daqueles autores foi feita sob minha influência e estavam (estão) na minha posse, embora os tivéssemos ouvido muitas vezes juntos.
Fica também a curiosidade de pouco antes da digitalização deste artigo ter recordado precisamente o primeiro e excelente álbum dos Crosby, Stills, Nash & Young de nome “Déjà Vu” que ele me comprou em 1970, ano em que foi editado. Rodou vezes sem conta!





O álbum era, como eu já chamei a alguns outros discos, um ponto de singularidade no contexto altamente criativo da época. Quatro músicos de excepção criavam uma música bela e nova que, claro, ainda hoje se ouve, e ouvirá, com grande deleite.

Parafraseando o meu pai “Se formos insensíveis às grandes criações do espírito, acho que a vida perderá grande parte da sua beleza, da sua magia e do seu interesse.”, fiquemos então com a magia de “Carry On” o tema de abertura de “Déjà Vu”. Arrebatador!




Crosby, Stills, Nash & Young - Carry On

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Trees - Polly On The Shore

As melhores expressões da música Folk-Rock britânica foram marcadas por 3 grupos que dominaram, nas suas diversas descendências e variantes, o último meio século.
Só, já neste novo milénio, se fizeram sentir novos protagonistas (Laura Marling , Noah and the Whale, The Unthanks, por exemplo) que de alguma forma exploram novas sonoridades e se libertaram da pesada herança dos iniciadores do Folk-Rock dos anos 60/70.
Estou-me a referir aos Fairport Convention (1967- ), aos Pentangle (1967-1973) e aos Steeleye Span (1969- ). A música desenvolvida por estes três grupos foi de tal maneira inovadora, variada, rica e abundante que, durante décadas, praticamente secou todas as possibilidades de quem se quisesse afirmar naquelas paragens.

Bem, àquele trio, eu acrescentaria ainda um outro grupo de nome Trees (1969-1972), de curta duração e com dois únicos álbuns gravados em 1970, praticamente e injustamente esquecido perante a qualidade que aqueles dois registos ainda hoje apresentam. Entre originais e adaptações de tradicionais assim se fizeram aqueles dois LP de êxito reduzido.

As reedições em CD e em vinil também, já neste milénio, vieram permitir a redescoberta e renovado interesse pela originalidade e qualidade do som praticado pelos Trees.
O 2º LP do grupo foi "On the Shore" que só tive oportunidade de adquirir na edição em vinil de 2011





A atestar a qualidade deste grupo segue em anexo “Polly on the Shore”, um tema tradicional gravado em “On the Shore” no remoto ano de 1970 (para os mais interessados: “Polly on the Shore” viria a ser também gravado pelos afins e reconhecidos Fairport Convention no álbum “Nine” de 1973).




Trees - Polly On The Shore

terça-feira, 27 de junho de 2017

Simon and Garfunkel - Keep The Customer Satisfied

A década de 60 tinha-se despedido em beleza, a de 70 também começava na maior das promessas.

O ano de 1970 foi particularmente bom na qualidade/quantidade de produção musical. Por entre um manancial de bons discos (Procol Harum, The Doors, Chicago, Jethro Tull, Fairport Convention, Led Zeppelin, Elton John, só para citar alguns dos mais conhecidos) o ano reservava a última gravação de Simon and Garfunkel e o reconhecimento absoluto dos mesmos.

É certo que perderam algum intimismo de “Bookends”, alguma religiosidade de “Sounds of Silence” ou ainda a singeleza de “Parsley, Sage, Rosemary and Thyme”. Ganharam grandiosidade dos arranjos, por vezes um pouco rococó, é verdade, mas quem é que resiste a “The Boxer” ou ”Bridge Over Troubled Water”? E depois havia "The Only Living Boy in New York", "El Condor Pasa", "Cecilia" …

O programa "Em Órbita" vai considerá-lo o melhor álbum do ano e ”Bridge Over Troubled Water” a melhor canção.  Nesse ano, ou no seguinte?, a minha irmã ofereceu-me no meu aniversário um Single de Simon and Garfunkel. Tratava-se de uma edição francesa com "Bridge Over Troubled Water " e no lado B "Keep The Customer Satisfied". Só mais tarde adquiri o álbum.




Para recordação, ouvir "Keep The Customer Satisfied".




Simon and Garfunkel - Keep The Customer Satisfied

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Elton John - Your Song

O jornal “Disco, Música & Moda” no seu nº 1, em Fevereiro de 1971, na procura dos músicos mais promissores identificava Elton John, Cat Stevens, Van Morrison e Neil Young.

A preferência parecia recair sobre Elton John ao afirmar:
“Inegável é, no entanto, o facto de dentre estes nomes, se realçar, não só pela força que as suas composições imprimem aos poemas de Bernie Taupin, como também pelas suas magníficas interpretações, um jovem britânico de vinte e três anos chamado Reginald Kenneth Dwight e que todos conhecem como ELTON JOHN.”

Acertaram em Van Morrison e Neil Young que continuam, ainda agora, entre os melhores.
Cat Stevens , depois de um intenso período criativo, desistiu convertendo-se em 1977 ao islamismo. Já no que diz respeito a Elton John… De muito bom a sofrível foi um passo, de sofrível a medíocre outro passo e de medíocre a insuportável um instante (ouça-se o mau gosto que foi “Daniel”-1973 ou “Nikita”-1985). Rapidamente perdi interesse na sua música.

Em 1970 Elton John assinaria o seu melhor álbum de sempre. É um registo imprescindível, este “Elton John”, e a meu ver, só ultrapassável no ano, pelos consagrados Simon and Garfunkel e o seu “Bridge Over Troubled Water”. Talvez, até fosse mais inovador no contexto da época.
O álbum foi uma verdadeira surpresa e abria promissoramente uma nova década. As críticas foram altamente positivas, das letras de Bernie Taupin, aos arranjos invulgares de Paul Buckmaster (o mesmo de Leonard Cohen), dos excelentes músicos que participaram na gravação, ao próprio Elton John a sobressair no piano e nas suas notáveis interpretações.

Consta também entre os primeiros LP que então adquiri. Eis a capa.





O deslumbramento de "Elton John" começava com "Your Song" que agora lembramos com a maior saudade de quando a ouvíamos, quase religiosamente, nesse longínquo e magnífico ano de 1970.




Elton John - Your Song

domingo, 25 de junho de 2017

Syd Barrett - Octopus

Em 1970 foi editado o 1º álbum a solo de Syd Barrett de nome “The Madcap Laughs”.
Um disco ao qual não foi, então, dada a devida atenção e que hoje é considerado uma obra de referência do Rock Psicadélico.
É de 1985 e edição nacional o LP que possuo e cuja capa se reproduz, custou 1160$00 (cerca de 4€), mas teve um desconto de 30%, nada mau.







Syd Barrett (1946-2006) foi, nem mais nem menos, um dos fundadores dos Pink Floyd, seu líder, guitarrista, vocalista e compositor do primeiro e parte do 2º álbum. Inovador e atrevido para as sonoridades da época, a ele se deve o êxito inicial dos Pink Floyd no movimento “underground” londrino.
Ainda depois da saída dos Pink Floyd a sua influência fez-se sentir durante vários anos e as referências destes a Syd Barrett frequentes. Mesmo quando musicalmente essa influência era pouco notória e os Pink Floyd abraçavam ambientes sonoros de mais fácil assimilação a presença de Syd Barrett fazia-se sentir, por exemplo, “Wish you were here” de 1975 a ele se refere.

De comportamento imprevisível, e vindo mais tarde a sofrer de doença mental, seria substituído pelo conhecido David Gilmour. Progressivamente afastar-se-ia do mundo musical, tendo uma vida de isolamento até à sua morte em 2006.

De volta a 1970 e a “The Madcap Laughs” a escolha vai para “Octopus” que foi também o único Single editado.




Syd Barrett - Octopus


PS: Menos acessíveis e pouco vulgares estes sons, não? Mesmo passados estes anos todos! E letras indecifráveis:
“Please leave us here
close our eyes to the octopus ride!
Isn't it good to be lost in the wood
isn't it bad, so quiet there, in the wood
meant even less to me than I thought
with a honey plough of yellow prickly seeds
clover honey pots and mystic shining feed...”

sábado, 24 de junho de 2017

Chicago - Ballet for a Girl in Buchannon (parte)

Rock, Folk, Country, Baladas, Jazz e também Música Clássica. Bateria, baixo, guitarra eléctrica e acústica também e ainda piano claro. Uma secção de metais, saxofone, trombone e trompete e não esquecer a flauta. E já agora orquestra. Vozes a solo ou em coro, letras declamadas ou cantadas. Música cantada ou só instrumental e ainda sons naturais tipo descarga do autoclismo ou barulhos de máquinas a trabalhar na estrada. Muita melodia ou a sua quase ausência. Tudo isto junto faz algum sentido? Será possível algo bem estruturado e consistente?
Sim, se recuarmos a 1969-1971 e estivermos a falar dos Chicago.

Os Chicago tiveram uma aparição fulgurante com o altamente promissor duplo LP (pouco vulgar um grupo iniciar-se logo com um duplo) de 1969 “Chicago Transit Authority”.
Em 1970 gravam novo duplo LP (uau!) de nome simplesmente “Chicago” (ou mais tarde conhecido por “Chicago II”).
Em 1971 mais um duplo LP (uau!, uau!) “Chicago III” e não terminam o ano sem a cereja em cima do bolo, o quarto e quádruplo (!!!!) LP ao vivo “Chicago at Carnegie Hall”.

Fiquemos por aqui, o resto é para esquecer (exagero meu que não conheço a totalidade da obra) e já vão em Chicago XXXVI.

"Chicago II" (na capa simplesmente Chicago) foi um dos primeiros discos que adquiri e tanto quanto consegui apurar trata-se da edição original do Reino Unido de 1970. Começava bem a década.





Boa parte das composições estavam organizadas em Suites de cerca 15m e é parte da Suite “Ballet for a Girl in Buchannon”, que segue junto “Anxiety's Moment/West Virginia Fantasies/Colour My World”.
O melhor será ouvirem a suite toda. Melhor ainda todo o disco e recuar (ou avançar?) 40 anos.


Chicago - Ballet for a Girl in Buchannon (parte)

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Gentle Giant - Giant

Algumas memórias soltas do ano de 1970 vão ocupar os próximos Regresso ao Passado.

Depois da passagem pelo Rock Progressivo nos anos 60, nada melhor que lembrar Gentle Giant.

Gentle Giant foi a melhor banda de Rock Progressivo e talvez a mais ignorada.
Formados no mesmo ano dos Emerson, Lake & Palmer, 1970, não atingiram a popularidade destes, mas mantiveram uma qualidade e inspiração musical que aqueles foram progressivamente perdendo. Também o primeiro álbum saiu em 1970, não obteve a notoriedade do 1º dos Emerson, Lake & Palmer, mas abriu as portas da música popular para novas vias então desconhecidas.

Eles próprios afirmavam (na interior da capa do 2º álbum):
“ O nosso objectivo é alargar as fronteiras da música contemporânea, mesmo com o risco de nos tornarmos impopulares.”

Combinando o Rock, a Música Clássica, o Jazz, o Folk e até a música medieval criaram sonoridades "avant-garde” que ainda hoje nos surpreendem.





“Se neste momento se pode falar concretamente de inovação em música popular, Gentle Giant terá que ser um nome incluído, e observado com muita atenção.” em “a memória do elefante” nº 9, 1972.

Entre a memória e o que consegui apurar o meu exemplar de "Gentle Giant" é uma edição inglesa de 1973 e então adquirida pelo preço de 216$50, ou seja pouco mais de 1€. Tenho que voltar a ouvi-lo!

Distinto de tudo o que se conhecia em termos de música popular os Gentle Giant abriam os novos caminhos do Rock , já lá vão tantos e bons anos!
A prova vai para "Giant" que dava início ao 1º magnífico álbum.




Gentle Giant - Giant

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Colosseum - Valentyne Suite-January's Search

O Rock Progressivo nos anos 60

Por último, nesta passagem pelo Rock Progressivo nos anos 60 no Reino Unido, o grupo Colosseum, um dos pioneiros deste género. Na formação inicial figuraram nomes tão relevantes como Dave Greenslade nos teclados, John Hiseman na bateria e Dick Heckstall-Smith no saxofone. Construíram um Rock bem elaborado, muito instrumental, com evidentes influências do Jazz.

Ainda na década de 60 editaram 2 LP, do primeiro já ouvimos "Walking in the Park", hoje ficamos com o segundo LP "Valentyne Suite".




São ainda notórias as influências Blues em algumas faixas do LP, tornando-se menos evidente quando se chega ao tema final "Valentyne Suite" com os seus mais de 16 minutos. Dividida em 3 temas, respectivamente "January's Search", "February's Shearch" e "The Grass Is Always Greener", os Colosseum enveredam por um som mais progressivo que estaria tão em voga nos anos seguintes.
Segue o 1º tema de "Valentyne Suite".




Colosseum - Valentyne Suite-January's Search

quarta-feira, 21 de junho de 2017

East of Eden - Communion

O Rock Progressivo nos anos 60

Não consigo incluir nesta lista grupos como The Who, The Moody Blues, Procol Harum e até The Beatles e The Beach Boys, como algumas listas o fazem, pois parece-me que, sendo grupos que tendo alargado claramente os horizontes do Pop-Rock e do Rock de então, abriram, isso sim, as portas do Rock Progressivo. Assim, apesar das fronteiras serem sempre de difícil definição, inclino-me para que o primeiro disco que podemos considerar no chamado Rock Progressivo seja "The Thoughts of Emerlist Davjack" dos Nice de 1967 e que já aqui destaquei.

O Rock Progressivo como género musical nasceu predominantemente no Reino Unido, pelo que nesta passagem estão excluídos grupos como The Mother of Invention e The United States of America nascidos nos Estados Unidos da América. Já evidenciei as principais bandas daquele género que efectuaram ainda nos anos 60 a sua primeira gravação, espaço ainda para referir mais dois grupos East of Eden e Colosseum.

Os East of Eden tiveram início em 1967  e foi dos grupos de Rock Progressivo um dos menos conhecidos. Em 1969 é editado o primeiro LP "Mercator Projected" que já tivemos oportunidade de referir a propósito do violino no Rock.



Depois de já termos ouvido "In the Stable of the Sphinx", lugar para mais uma faixa, desta vez "Communion" baseado num quarteto de cordas de Béla Bartók.




East of Eden - Communion

terça-feira, 20 de junho de 2017

King Crimson - The Court of the Crimson King

O Rock Progressivo nos anos 60

E chegamos aos King Crimson um dos grupos mais representativos e bem sucedidos do Rock Progressivo. Sob a batuta de Robert Fripp, os King Crimson foram um dos grupos mais originais e criativos que o Rock Progressivo nos deu a conhecer. Claro que mais uma vez os anos 70 foram predominantes (sabiamente terminaram em 1974 regressando em 1981), sendo no período de 1970 a 1974 que foram editados os principais "clássicos" do grupo. Também mais uma vez é aos anos 60 que vamos buscar o início do grupo e a primeira gravação que agora voltamos a recuperar.

"In The Court Of The Crimson King", assim era designado o 1º LP que ficou como uma das melhores definições do Rock Progressivo. Inspirado e arrojado assim se pode adjectivar o álbum que continha somente 5 composições, onde a faixa mais curta durava mais de 6 minutos.





A formação que gravou este LP era constituída, para além de Robert Fripp, por Michael Giles, Greg Lake (futuro Emerson, Lake and Palmer), Ian McDonald e Peter Sienfield, era a primeira das muitas e boas formações que os King Crimson tiveram.

A 20 de Agosto de 1982 tive a oportunidade de ver os King Crimson no estádio do Belenenses, onde a cabeça de cartaz eram os também regressados Roxy Music, na 1ª parte actuaram os portugueses Heróis do Mar. A memória que ficou é que os King Crimson foram nitidamente superiores aos Roxy Music que enveredavam então por uma musicalidade mais acessível.

Recordemos, agora, o longo tema "The Court of the Crimson King" com que terminava o 1º LP dos King Crimson.




King Crimson - The Court of the Crimson King

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Yes - Beyond and Before

O Rock Progressivo nos anos 60


Caravan, Pink Floyd, Soft Machine, Family, Traffic, Jethro Tull, Renaissance, Van der Graff Generator, Genesis, Yes, King Crimson, todos eles, uns mais que os outros, tiveram os seus melhores momentos na década de 70; todos eles criaram uma sonoridade distintiva, todos desenvolveram as fronteiras do Rock, ouvia-se uma música nova e identificava-se bem a sua origem. Todos eles tiveram o seu início nos anos 60 e deixaram dessa década pelo menos um LP gravado. É deles que temos estado a recordar a propósito do título Rock Progressivo.

Para hoje os Yes por quem tinha, confesso, um fraquinho. A eles espero chegar um dia a propósito de alguns discos dos anos 70 que então me marcaram, "The Yes Album", "Fragile" e "Close to the Edge" os mais ouvidos. Por enquanto mantemo-nos nos anos 60 e no único registo gravado nessa década, "Yes" de 1969.




A formação que mais apreciei foi a de 1970 (do álbum "The Yes Album") onde já estava presente o famoso guitarrista Steve Howe, para o primeiro LP "Yes" encontramos ainda no mesmo lugar Peter Banks.  Todos excelentes executantes com a figura de Jon Anderson a impor-se como principal vocalista e compositor.

"Beyond and Before" a canção para audição é a faixa de início de "Yes"  e manifestava já indícios da sonoridade progressista que o grupo iria criar.




Yes - Beyond and Before

domingo, 18 de junho de 2017

Van der Graaf Generator - Afterwords

O Rock Progressivo nos anos 60


Eis a primeira passagem por um grupo que nos anos 70 apreciava particularmente pelo seu arrojo musical e onde se evidenciava a figura do seu líder Peter Hammill.
O grupo dava pelo nome de Van der Graaf Generator e tomava o nome (Van de Graaff Generator, erro ou de propósito?) do gerador de electricidade estática que então tinha acabado de aprender no liceu. Uma verdadeira fonte de energia eram estes ingleses que deste o seu início enveredaram pelo Rock Progressivo e ainda hoje fiéis a essa sonoridade.

Tiveram o seu início na década de 60, mas a formação que teve melhor aceitação foi, em quarteto, nos anos 70 quando incluiu o saxofonista David Jackson.

Ficamo-nos para já no primeiro LP "The Aerosol Grey Machine" editado ainda em 1969 e, onde numa sonoridade ainda em definição, a voz de Peter Hammill, claramente, se destacava. Peter Hammill possuía já uma voz potente de barítono elaborando frequentemente variações súbitas, de grande efeito, entre o muito calmo e o explosivo.




Era o despontar do talento de Peter Hammill que se iria traduzir em mais de uma dúzia de álbuns com os Van der Graaf Generator e mais de trinta discos a solo.
Ainda sem a complexidade e experimentalismo que os álbuns da década seguinte evidenciaram, ouça-se "Pawn Hearts", "The Aerosol Grey Machine", transmitia já uma energia que naquela época poucos igualavam. A faixa de abertura era "Afterwords", aqui mais em tom de balada.




Van der Graaf Generator - Afterwords

sábado, 17 de junho de 2017

Jethro Tull - Bourée

O Rock Progressivo nos anos 60

Por diversos propósitos já fizemos vários Regresso ao Passado com o grupo britânico Jethro Tull, agora mais um inserido no Rock Progressivo nos anos 60.

À semelhança de muitos outros foi nos anos 70 que atingiu o auge, quer de popularidade quer no género musical que estamos a recuperar, também eles tiveram um excelente começo na década anterior que ficou menos conhecida.
Primeiro numa abordagem mais Blues-Rock no pioneiro "This Was", depois num crescendo progressivo até chegarmos a "Passion Play" em 1973. Mas como estamos a tratar a década de 60 ficamos no 2º e já aqui referenciado "Stand Up", um disco eclético mas poderoso e muito bem recebido pela crítica. Menos Blues, mais Folk e influências clássicas marcam este disco de tão agrado do próprio Ian Anderson.



A década terminava com "Stand Up", atingindo o 1º lugar nas vendas no Reino Unido e a augurar um futuro promissor para os Jethro Tull, estranhamente discos como "Aqualung" e "Thick as a Brick", para referirmos os mais conhecidos, não o conseguiram.

Mais um tema de "Stand Up" desta vez é "Bourée" a famosa interpretação da popular música de Johann Sebastian Bach. Se a memória não me atraiçoa o primeiro tema que conheci dos Jethro Tull.




Jethro Tull - Bourée

sexta-feira, 16 de junho de 2017

Renaissance - Island

O Rock Progressivo nos anos 60

Mais algumas passagens por alguns dos grupos que mais se distinguiram nas melhores memórias que retivemos do  Rock Progresssivo. É verdade que maior parte deles tiveram os seus pontos altos nos anos 70 e infelizmente a maior parte entrou em rápida decadência, sendo poucos os que sobreviveram até aos nossos dias de uma forma honrosa. Talvez os King Crimson sejam a excepção, a eles havemos de voltar.
Hoje é a vez dos Renaissance que, não tendo sido dos que tiveram maior sucesso comercial, foi dos que mais apreciei ao longo de toda a década de 70. O primeiro disco que deles tomei conhecimento foi "Prologue" de 1972 já com Annie Haslam a tomar a voz principal e a tornar-se figura destacada, mas o grupo tem origem ainda nos anos 60. Comecemos então pelo princípio.

Na realidade a formação que primeiro conheci era totalmente distinta da formação inicial de 1969, esta formada em torno de Keith e Jane Relf, aquela em volta de Annie Haslam e John Tout, de qualquer forma a enveredarem pela mesma sonoridade, o Rock Progressivo.




Tendo em consideração o ano e comparando com outros grupos tidos no mesmo género, os Renaissance eram, em 1969, claramente um dos mais vanguardistas com influências da música Clássica muito fortes. Ainda em 1969 é editado o álbum "Renaissance", na verdade a não ficar atrás de nenhum dos álbuns mais conhecidos do grupo nos anos 70. Para os amantes do Rock Progressivo trata-se de um disco pouco referenciado, mas altamente recomendado.
O tema que melhor me lembrava deste disco era "Island", com uma bonita vocalização de Jane Relf (a não ficar nada a dever à excelente Annie Haslam) e é com ele, para nossa satisfação, que terminamos.




Renaissance - Island

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Genesis - In Hiring

O Rock Progressivo nos anos 60

Só em 1972 é que se tornaram verdadeiramente conhecidos com o o álbum "Foxtrot", tornando-se uma das propostas mais interessantes do Rock Progressivo de sempre, no entanto as suas raízes estavam nos anos 60, eram os Genesis.

Finalmente chegamos aos Genesis, ainda não no melhor período: 1971-1975, nem na sua melhor formação: Peter Gabriel, Tony Banks, Mike Rutherford, Phil Collins e Steve Hackett,  mas ao seu início já sob o domínio da figura tutelar que foi Peter Gabriel, longe ainda da sonoridade que definiu o grupo.

Constituídos em 1967, titubearam entre diversas formações e diversas influências e em 1969 editaram o primeiro LP "From Genesis To Revelation", um álbum ainda afastado do que se viria a considerar Rock Progressivo. Ainda muito Pop-Rock mas já com alguns elementos distintivos mais próximos do Rock Psicadélico onde se destacava a voz de Peter Gabriel e alguns arranjos mais elaborados. É, no entanto, um disco a soar muito a Bee Gees tão do agrado do produtor Jonathan King.




Pese a distância face aos sons mais típicos do Rock Progressivo que viríamos a conhecer e que teve nos Genesis um dos seus melhores representantes, não resistimos a passar pelo primeiro registo de longa duração ainda nos anos 60. "In Hiring" é um dos temas de "From Genesis To Revelation" onde Peter Gabriel sobressai com a sua bonita voz.




Genesis - In Hiring

quarta-feira, 14 de junho de 2017

Traffic - Feeling Good

O Rock Progressivo nos anos 60

Na senda de grupos dos anos 60, fundamentalmente ingleses, que ficaram rotulados como de Rock Progressivo encontramos os Traffic. Mais um grupo a navegar nas mesmas influências, o Rock Psicadélico, o Jazz-Rock, o Folk-Rock e a criarem uma sonoridade bem distintiva.

A primeira formação do grupo existiu entre 1967 e 1969 e era constituída por 4 excelentes músicos a saber: Steve Winwood , Jim Capaldi, Dave Mason e Chris Wood. Entre canções Pop-Rock de bom gosto como  "Paper Sun" e "Hole in My Shoe", editadas em Single , e 3 LP marcantes do início do Rock Progressivo se fez a primeira vida dos Traffic, em 1969 Steve Winwood partia para a formação do super grupo Blind Faith.



Já depois da saída de Steve Winwood é editado o 3º LP, que à semelhança do "Ummagumma" dos Pink Floyd no mesmo ano, só não tendo o formato duplo, metade é constituído por gravações de estúdio sendo a outra metade gravado ao vivo. Começavam então a ganhar relevância as gravações ao vivo dos grupos de Rock.

A escolha para hoje recai sobre a gravação ao vivo de "Feeling Good", um clássico, com dezenas de interpretações de Nina Simone, John Coltrane a Michael Bublé. Aqui na versão do Rock Progressivo dos Traffic com os seus longos 10 minutos.



Traffic - Feeling Good

terça-feira, 13 de junho de 2017

Family - Peace of Mind

O Rock Progressivo nos anos 60

Os ingleses Family já por aqui tiveram os seus Regresso ao Passado, a propósito de nada e na utilização do violino na música Rock. A eles voltamos, agora sob o rótulo do Rock Progressivo.

Variados na sua composição, 11 elementos de 1966 a 1973, ecléticos na sonoridade praticada, Rock Psicadélico, fusão com o Jazz, Folk-Rock, Hard-Rock são algumas das variações referenciadas, é na figura de Roger Chapman, na sua peculiar voz, e na corrente do Rock Progressivo que são principalmente recordados.




O 1º LP, "Music in a Doll's House", revelava um som original, distinto, onde se destacava a referida voz estranha de Roger Chapman e o violino de Ric Grech (mais tarde membro dos Blind Faith e de seguida dos Traffic)

À semelhança do 1º LP dos Soft Machine também neste se desenvolvia a técnica de interligação de diversas canções aqui através das composições "Variations on a theme...", o conceito de álbum consolidava-se, o Rock e o Pop separavam-se, o LP valia como um todo e não pelo êxito de uma ou duas canções.

Deste LP recordamos "Peace of Mind".




Family - Peace of Mind

segunda-feira, 12 de junho de 2017

The Nice - Rondo

O Rock Progressivo nos anos 60

Talvez devêssemos ter começado pelos The Nice nesta passagem pelo Rock Progressivo dos anos 60. Talvez os primeiros a gravar um disco cuja sonoridade viria a ser identificada como Rock Progressivo. Estávamos no ano de 1967, o ano de todas as experiências musicais, ainda hoje quase tudo o que de mais criativo se ouve parece ter origem naquele ano.




Entre os grupos que editaram em 1967 o seu primeiro e inovador LP constavam estes The Nice onde já se destacava a figura de Keith Emerson (1944-2016). Voltamos assim de novo a "The Thoughts of Emerlist Davjack" onde vamos buscar uma faixa de mais de 8 minutos, "Rondo" assim se designa este tema com inspiração em "Blue Rondo à la Turk" do músico de Jazz Dave Brubeck.

A música Clássica, o Jazz, o Folk, o Rock Psicadélico, uma mistura inédita que The Nice desenvolveram no período de 1967 a 1970, era o nascer do Rock Progressivo.




The Nice - Rondo

domingo, 11 de junho de 2017

Pink Floyd - Careful with That Axe, Eugene

O Rock Progressivo nos anos 60

Dos Caravan, passámos para os Soft Machine, dos Soft Machine passamos para os Pink Floyd.

Soft Machine e Pink Floyd foram os grupos mais importantes do movimento Underground londrino que despontou em 1967, estiveram na génese do Rock Progressivo.

Jean-Marie Leduc no livro "Pink Floyd" afirma: "Não é por acaso que os Pink Floyd se tornam de repente na figura mais popular do underground londrino.", mais à frente "O volume sonoro é levado ao limite do suportável e as últimas técnicas electrónicas (efeito laser, eco, distorção) são sistematicamente utilizadas, numa preocupação enorme de inovação. Este envolvimento sonoro é criado num «ambiente alucinante», em que estroboscópios, projecções giratórias, luz negra, projectores e lâmpadas floridas arrebatam permanentemente os olhos. Toda esta tecnologia futurista sublinha o estranho universo musical de um conjunto que mergulha até ao extremo limite do possível num mundo em que se entre chocam fantasmas, delírios interiores, febres cósmicas e sonhos de ficção científica. A exploração deste mundo infernal e angustiante prossegue durante várias horas, fraccionadas em longas suites de várias dezenas de minutos, durante as quais o público alienado e hipnotizado acompanha cegamente o conjunto."





O primeiro disco que melhor conheci dos Pink Floyd foi o duplo LP "Ummagumma" editado mesmo no final da década (Outubro de 1969), era já o 4º álbum do grupo.
Um disco de transição, por um lado era um balanço, com o 1º LP constituído por quatro faixas gravadas ao vivo e que mostrava o quanto tinham evoluído, por outro um 2º LP de estúdio com cinco faixas, duas de Roger Waters, uma para David Gilmour, Nick Mason e Richard Wright, em busca de novos caminhos.

Sempre gostei deste álbum e nunca percebi o porquê de mais tarde os próprios Pink Floyd o terem desconsiderado assim como ao seguinte "Atom Heart Mother".

A escolha vai para "Careful with That Axe, Eugene"




Pink Floyd - Careful with That Axe, Eugene

sábado, 10 de junho de 2017

Soft Machine - Joy of a Toy

O Rock Progressivo nos anos 60

Começámos esta passagem pelo Rock Progressivo nos anos 60 com os Caravan, nada mais natural que continuar com os Soft Machine.

Caravan e Soft Machine tiveram a mesma origem, a cidade de Canterbury, e alguns dos seus principais músicos tiveram passagem pelo mesmo grupo, The Wilde Flowers, os quais não nos deixaram qualquer registo original (excepção para um conjunto de demos editados em 1994). Entre os músicos que integraram The Wilde Flowers encontravam-se Robert Wyatt e Kevin Ayers que em 1966 estiveram na génese dos Soft Machine.

Em 1968 faziam já digressão pelos Estrados Unidos, onde vão gravar o 1º LP, "The Soft Machine" ou como também ficou conhecido "Volume One". Um disco a desbravar novos caminhos para o Rock, um trabalho bastante experimental, hoje considerado pioneiro do Rock Progressivo.




Neste disco os Soft Machine eram um trio formado pelos já citados Robert Wyatt (bateria e voz), Kevin Ayers (baixo e voz) e Mike Ratledge (teclados) e exploravam novas sonoridades, onde as diversas músicas se fundiam umas nas outras, misturando um Rock psicadélico cheio de energia com improvisações de inspiração jazzística. É o exemplo de "Joy of a Toy" que interligava "Hope for Happiness" e a sua reprise.




Soft Machine - Joy of a Toy

sexta-feira, 9 de junho de 2017

Caravan - Where But For Caravan Would I

O Rock Progressivo nos anos 60

A designação Rock Progressivo aplica-se a um género musical que atingiu o seu apogeu na década de 70. A sua génese data da segunda metade da década anterior depois de o Rock conhecer um desenvolvimento em complexidade em discos como "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" (1967) dos The Beatles e "Pet Sounds" (1966) dos The Beach Boys. É no Rock Psicadélico, no Jazz e também na música Clássica que vai buscar as suas principais influências e assim alargar as fronteiras do Rock, chamemos-lhe tradicional. O próprio Rock progressivo desenvolver-se-ia em sub-géneros como o Rock Sinfónico, o Som de Canterbury e até o Hard Rock.
Se bem que se desenvolve-se um pouco por todo o lado, o Rock Progressivo foi um fenómeno fundamentalmente inglês, tendo alcançado o seu auge em grupos como os Genesis, os Jethro Tull, os Yes ou os King Crimson, para citar os mais conhecidos.

É pelas principais manifestações do Rock Progressivo, ainda dos anos 60, que vamos preencher os próximos Regresso ao Passado.

Começamos com um dos que ficou menos conhecido, o seu êxito comercial foi claramente inferior aos seus congéneres, os Caravan.




Oriundos de Canterbury, de onde surgiram também os Soft Machine, ficaram para sempre ligados ao som "progressista" que então se desenvolvia.
Deles tomei conhecimento, ao 2º LP, de 1970, do qual nunca mais esqueci o nome, "If I Could Do It All Over Again I'd Do It All Over You", que durante algum tempo julguei tratar-se do primeiro registo do grupo. Afinal, ainda na década de 60 tinham editado o primeiro LP de nome "Caravan", onde vamos buscar o tema para começar esta passagem pelo Rock Progressivo daquela década.

"Where But For Caravan Would I", o tema mais longo do álbum, é a escolha.




Caravan - Where But For Caravan Would I

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Fliers - Foi o Mar

De alguns conjuntos portugueses da década de 60, muito pouco há dizer, Fliers, da linha de Cascais, é um deles. Existiram na 2ª metade da década e, à semelhança de muitos outros, participaram nos Concursos e Festivais da época, a saber: o Concurso de Ié-Ié no Monumental em 1965 e o I Festival da Costa do Sol em 1969.

Nos entretantos, registe-se a participação na gravação do último EP de Daniel Bacelar em 1967 e a gravação, em nome próprio, de um Single em 1969.




Deste Single ficamos com “Foi o Mar” que de acordo com Luís Pinheiro de Almeida em "Biografia do Ié-Ié" será “um plágio de «You’re No Good», de Clint Ballard Jr, tornada conhecida pelos Swinging Blue Jeans.” 
Swinging Blue Jeans foi uma banda inglesa conotada com o Merseybeat que, entre outros êxitos, editaram, em 1964, o tema “You’re No Good” (também interpretado por Linda Ronstadt em 1975) e é essa canção que recordamos no vídeo:




E agora tirem as teimas, plágio ou não, em anexo “Foi o Mar”, eram os Fliers.




Fliers - Foi o Mar

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Filarmónica Fraude - Problema da Escolha

Voltar à Filarmónica Fraude é sempre um prazer. De duração curta, começaram em 1968 e terminaram em 1970, esgotaram a discografia com 2 EP e 1 LP, no ano de 1969.

Deram nas vistas no Verão de 1968, no Algarve, onde se encontrava o jornalista e escritor Fernando Assis Pacheco que escreveu no «Diário de Lisboa» de 12 de Agosto de 1968 com o título “A «FILARMÓNICA FRAUDE» NAS NOITES BRANCAS DE ALVOR”:
“Há qualquer coisa como duzentos conjuntos pop em Portugal. Fazendo as contas muito por baixo, a 50 mil escudos (de aparelhagem e instrumentos) cada um, teremos uma verba do 10 mil contos empenhada nesta curioso engrenagem musical. Daí o primeiro razão da sua importância. Uma segunda razão será a de a música pop satisfazer hoje, pelo menos em principio, os apetites de diversão de uma camada Juvenil numerosa e voltada para os modelos anglo-saxões. A «Filarmónica Fraude» embora fazendo um esforço no sentido de incorporar temas portugueses no seu repertório, executa fundamentalmente números ingleses e americanos. Os aplausos maiores vão para «Lady Madonna», «A Whiter Shade of Pale» e «Yesterday».” 




Mas seria a compor e gravar em português que a Filarmónica Fraude iria ganhar um lugar de destaque na história da música popular portuguesa. Em Março de 1969 saía o 1º EP e na contra-capa podia-se ler:
“Seis jovens, cujas idades variam entre os 17 e os 20 anos. Estudantes. Nomes: António Luís Linhares Corvelo de Sousa, José João Parracho, João José Pinheiro Brito, António Antunes da Silva, Júlio Vital dos Santos Patrocínio e João Manuel Viegas Carvalho. Característica comum : o gosto pela música, a preocupação de fazer diferente.
Não é aventura, nunca foi aventura, essa entrega total à música que os levaria a atingir o ponto julgado indispensável para conquistarem uma posição no meio discófilo nacional.
Foi um trabalho de pesquisa, de criação, que teve como objectivo imediato renovar, sem concessões piegas e ultrapassadas, a música ligeira portuguesa, Tê-lo-iam conseguido estes seis jovens componentes do agrupamento a que deram o nome de Filarmónica Fraude? O público e a crítica têm a palavra. Uma coisa é certa: o trabalho destes seis jovens não nasceu do improviso da ocasião, não é fruto de qualquer leviandade ou brincadeira que a sua juventude poderia desculpar. Há irreverência — isso sim. E, qualidade musical. Há um trabalho de equipa em que se sente a vontade de quebrar barreiras aparentemente intransponíveis. Há a certeza que a única fraude que existe pertence ao nome do conjunto.”

Deste EP já ouvimos “Flor de Laranjeira” e “Menino”, é, agora, a vez de “Problema da Escolha” (música sobre motivo popular).




Filarmónica Fraude - Problema da Escolha

terça-feira, 6 de junho de 2017

Música Novarum - Barca de Flores

Música Novarum foi um quarteto vocal, formado nos finais da década de 60, composto por Nuno Rodrigues (viola), António Lobão (flauta), Daphne Stock (voz e adufe) e Judi Brennan (voz).
Em 1969 venceram o I Festival de Conjuntos de Música Moderna da Costa do Sol:
“Foi a vitória da modéstia e da simplicidade sobre a exuberância, quase sempre excessivamente barulhenta, da grande maioria dos competidores” escrevia o Diário Popular – conforme "Biografia do Ié-Ié" de Luís Pinheiro de Almeida.

A música popular portuguesa a começar a dar os primeiros passos para o que de melhor se fez neste país na música de origem Folk. Como se sabe Nuno Rodrigues ( conjuntamente com António Pinho e Luís Linhares, ex-Filarmónica Fraude) e Judi Brennan estariam em 1974 na origem da melhor grupo de inspiração Folk que alguma vez tivemos, a Banda do Casaco.




Do único EP gravado em 1969 ficamos com o bucólico tema “Barca de Flores”, com letra e música de Nuno Rodrigues.



Música Novarum - Barca de Flores

segunda-feira, 5 de junho de 2017

Folk 2 - Depending

O «nacional-cançonetismo», a música ligeira e a música Ié-ié foram os géneros por cá dominantes na década de 60.
A música de raíz «folk» proveniente dos Estados Unidos e Inglaterra, com destaque para Bob Dylan, Donovan, Peter, Paul & Mary, Joan Baez, se bem que divulgada, não teve muitos seguidores. Duarte & Círiaco, Intróito, Música Novarum, EFE 5 serão alguns, dos poucos relativamente distantes exemplos, que chegaram, já tardiamente, a ter alguma notoriedade.

Mais próximos daquelas influências, mas praticamente desconhecido, esteve um duo que deu pelo nome de Folk 2. O duo Folk 2 compunha e cantava em inglês, identificava-se com aquelas sonoridades e de acordo com "Biografia do Ié-Ié” tiveram passagem por programas de rádio como o “Em Órbita” e a “23ª Hora”.




Em 1966 gravaram o único EP com os temas originais “Golden Ring”, “Depending”, ”Pretty Girl” e “The World”.
Como testemunho desta agradável surpresa ficamos com “Depending”, o «Folk» de inspiração anglo-saxónica em Portugal, no ano de 1966, pelo duo “Folk 2”.



Folk 2 - Depending

domingo, 4 de junho de 2017

Os Espaciais - Não, Não, Não, Não

Intercalando entre Os Espaciais e Conjunto Académico “Os Espaciais” assim foi a denominação usada nos 4 EP que este conjunto originário do Porto gravou entre 1966 e 1968.

Já efectuámos passagens pelos 4 EP, voltamos ao 2º EP gravado em 1966, o EP do “Conjunto Académico “Os Espaciais” com Alberta Monteiro”.

O EP reflecte a sonoridade da época com as interpretações de Alberta Monteiro a aproximar o conjunto à música ligeira que então se praticava. Convertida no mesmo tipo de sonoridade surge um tema com o nome “Não, Não, Não, Não” que não é mais do que a adaptação de um êxito do conjunto britânico The Searchers, um dos nomes maiores da Merseybeat (designação dada ao som dos conjuntos provenientes de Liverpool na primeira metade dos anos 60) a par de The Beatles e Jerry and the Pacemakers, trata-se do tema “Don't Throw Your Love Away” de 1964.





Para agora ficar com os nossos Os Espaciais e a versão transformada em “Não, Não, Não, Não”.




Os Espaciais - Não, Não, Não, Não

sábado, 3 de junho de 2017

Os Ekos - Secret Love

Nova passagem por Os Ekos, um dos mais populares conjuntos Ié-Ié portugueses da década de 60. Depois de 3 EP totalmente compostos por canções interpretadas em português, em 1967 Os Ekos têm nova formação (o serviço militar assim o obrigava) e um 4º EP é então gravado, não resistindo agora à introdução do inglês em 2 temas.




Podia-se ler na contra-capa do disco:
“Com a apresentação desta nova gravação, verificamos que este grupo, de estilo já bem conhecido do público, nos surge de posse de uma versatilidade que irá surpreender todos aqueles que se habituaram a conhecê-los por um determinado tipo de música. Completamente renovados, quer em elementos, quer em género de música, os "EKOS" oferecem à nossa apreciação neste seu 4.° disco (o 1.° com os novos elementos), um conjunto de melodias, três das quais, como é hábito, criadas pelo grupo, que se destacam pela real valia do seu conteúdo artístico e que nos revelam uma faceta completamente desconhecida do público o que os coloca ao nível de grupos internacionais da POP-MUSIC.”

 A primeira faixa é “Secret Love” um tema original de 1953 na interpretação da Doris Day no filme “Calamity Jane”, em Portugal com o nome “Diabruras de Jane”, e por cá estreado em 1955.



 E agora a interpretação de Os Ekos para o mesmo tema, “Secret Love”.




Ekos - Secret Love

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Conjunto Diamantes Negros - Rosas Brancas

No início de 1964 deram-se a conhecer na Sociedade União Sintrense, era o Conjunto Diamantes Negros.

Os Diamantes Negros, originários de Sintra, tiveram diversas formações, participam em 1965/6 no Concurso Ié-Ié no Teatro Monumental (vencem a 3ª eliminatória – De acordo com a revista "rádio & televisão": “Vestem como os «Beatles»: casaco sem gola, calça brilhante e botas.", "Interpretaram: «The Little Old Man From Pasadena», «Long Tall Texan», «Boys» e a adaptação de uma marcha de Verdi.”) onde chegam à 1ª meia-final e ainda em 1966 gravam o seu único disco EP.

Sobre o mesmo afirma Carlos Santos (baterista) em "Biografia do Ié-Ié": “Este malfadado disco foi-nos metido pela boca abaixo, precipitadamente, um erro tremendo. Tínhamos planeado gravar em inglês, mas dois ou três dias antes da gravação, disseram-nos que tinha de ser tudo em português. Logo ali, aquilo ficou tudo preso por arames… Infelizmente foi o que ficou, mas os Diamantes conseguiram chegar a patamares apreciáveis, que não ficaram gravados para a posteridade”.




Assim foi e desse facto já dei conta anteriormente. Das 4 faixas a única que não desmerece é aquela que não é cantada, um instrumental em ritmo moderno do tema popular “Rosas Brancas”.
Terminam em 1968, já nos anos 2000 reúnem-se e continuam a tocar ocasionalmente. Segue então “Rosas Brancas”, é o Conjunto Diamantes Negros e estávamos no ano de 1966.




Conjunto Diamantes Negros - Rosas Brancas