terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Chicago - I'm A Man

mundo da canção nº 3

Depois do sucesso do som de fusão Jazz-Rock dos Blood, Sweat and Tears com os dois álbuns de estreia em 1968, um novo grupo a navegar nas mesmas águas vai partilhar no ano seguinte o mesmo êxito.
Os Chicago (inicialmente Chicago Transit Authority) tiveram um início fulgurante com a edição consecutiva de 3 LP duplos em 1969, 1970 e 1971, sem dúvida a melhor fase do grupo. Um som forte, diversificado, inovador, fazia as delícias da nossa juventude. São também um caso de longevidade, 36 álbuns depois, mantendo-se ainda no activo com 4 dos elementos fundadores do grupo.




A revista "mundo da canção" no seu nº 3 de Fevereiro de 1970 publica a letra de uma das canções que mais se destacou no primeiro álbum do grupo, era "I'm A Man".
"I'm A Man" é uma canção de Steve Winwood do tempo dos The Spencer Davis Group (1967) e que os Chicago transformam num versão, entre o Hard Rock e o Blues, de quase oito minutos.
Para os mais novos que eventualmente não conheçam os Chicago esta é uma boa introdução ao universo musical de uma das bandas  por quem nutríamos um particular gosto na nossa adolescência.

Eis "I'm A Man".




Chicago - I'm A Man

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Blood, Sweat and Tears - And When I Die

mundo da canção nº 3

Os Blood, Sweat and Tears foram (são) um grupo Norte-Americano de Rock de fusão com o Jazz por onde passaram dezenas e dezenas de diferentes músicos. Já na sua primeira e mais criativa fase (1967-1981) a sua constituição foi bastante diversificada, em 1981 não sobrava qualquer elemento dos 8 constituintes da formação original. Os 11 álbuns de originais estão todos compreendidos naquele período.

Quando foi publicado o nº 3 da revista "mundo da canção" em Fevereiro de 1970, os Blood, Sweat and Tears tinham 2 álbuns editados, sendo, mesmo para estes 2 LP espaçados menos de um ano, gravados com diferenças na sua formação, a principal das quais estava na saída de Al Kooper e entrada de David Clayton-Thomas. Perdeu-se a genialidade de Al Kooper, ganhou-se uma grande voz.




São do 2º álbum do final de 1968 (grande disco, tantas vezes ouvido!) as letras reproduzidas pelo "mundo da canção", duas grandes canções, "Spinnin' Wheel" escrita por David Clayton-Thomas e "And When I Die" uma excelente interpretação de uma canção de Laura Nyro. Ficamos com esta última, "And When I Die".




Blood, Sweat and Tears - And When I Die

domingo, 26 de fevereiro de 2017

Entrevistas MC - Volume 1

"Entrevistas MC - Volume 1" é uma publicação  da revista "mundo da canção", cujo director Avelino Tavares teve  gentileza de me oferecer aquando do meu 60º aniversário no ano de 2016.

Trata-se uma compilação de entrevistas efectuadas pela pioneira revista de divulgação musical "mundo da canção" que na nossa juventude seguíamos com toda a atenção. As entrevistas são as seguintes:
Filarmónica Fraude
Manuel Freire
Rui Mingas
Joan Manuel Serrat
Adriano Correia de Oliveira
Fernando Tordo
Carlos Puebla
Daniel Viglietti
Sérgio Godinho
Angel Parra
Vitorino
Carlos do Carmo
Carlos Paredes
Luís Cília
Manuel Gerena
José Mário Branco
Chico Buarque
UHF
Fausto





No prefácio, assinado por Viriato Teles, começava assim:
"A aventura começou no último ano da década de 60. Viviam-se então em Portugal os tempos cinzentos de uma ditadura em fim de carreira mas nem por isso menos amena. Um ano antes, Salazar caíra da cadeira e fora substituído no poder por Marcelo Caetano, cujos tímidos sinais de abertura cedo se revelaram uma encenação destinada a domesticar os mais crédulos: a PIDE foi rebaptizada como Direcção-Geral de Segurança, mas permaneceu intacta nos seus propósitos repressivos de tudo quanto pusesse em causa a ordem estabelecida; a Censura travestiu-se de Exame Prévio, mas nunca deixou de estar ferozmente atenta contra qualquer veleidade libertária; e Portugal continuou cantando e rindo, do Minho a Timor, indiferente às aspirações do seu próprio povo, que continuava a emigrar em massa, procurando em terra de França o sustento e a liberdade que lhe eram negados por aqui."
Era o enquadramento da situação política quando a revista teve o seu início em Dezembro de 1969.

Donovan - Jennifer Juniper

mundo da canção nº 3

Com um peso significativo na revista "mundo da canção" a música Pop-Rock, o Rock e suas variantes, em particular a vinda do Reino Unido e dos Estados Unidos, continuava a ter no nº 3 de Fevereiro de 1970 o devido destaque.
De notar o ecletismo que a revista manifestava ao divulgar letras de canções que iam de um Donovan, Leonard Cohen ou Bob Dylan a um menos recomendável Tommy Roe com "Dizzy" ou o holandês David Alexander Winter com "Oh! Lady Mary". Talvez para iludir a censura... Assim o diz Viriato Teles no prefácio do volume 1 de "Entrevistas MC" publicado em Dezembro de 2005:
"Há que dizer, em jeito de parêntesis e para quem não saiba (ou já não se lembre) que, quando a liberdade é escassa, os criadores não têm outro remédio que não seja o de se tornarem ainda mais criativos, de forma a driblarem com êxito os que têm por função cercear a palavra alheia. Isto é, e e no que ao «Mundo da Canção» diz respeito: se a revista tinha por objectivo divulgar a melhor música que então se fazia, com particular atenção às novas correntes musicais que despontavam no nosso país, e se essas formas de expressão eram particularmente incómodas para o regime vigente, então não havia outra solução que não fosse iludir os polícias do pensamento, fazendo-os crer que a revista tratava essencialmente de temas inócuos - como é suposto ser o entretenimento em geral e as publicações «de variedades» em particular. Assim,uma das maneiras encontradas para despistar os fiscais do espírito consistia, por exemplo, na publicação dos êxitos mais populares da música anglófona (alguns nada inocentes, diga-se de passagem, mas havia sempre a esperança de que o bufo de serviço não fosse bom em línguas estrangeiras), no meio dos quais se misturavam as canções com cabeça, tronco e membros dos nossos melhores criadores." (negrito nosso).

Depois desta explicação, comecemos então a recuperar os temas em inglês publicados no nº 3 do "mundo da canção", começamos com Donovan.



Donovan era então uma das nossas preferências e neste nº a revista trazia a letra de duas canções de 1968: "Junnifer Junifer" e "Atlantis". Esta última já por aqui passou, ficamos então com "Junnifer Juniper".




Donovan - Jennifer Juniper

sábado, 25 de fevereiro de 2017

Claudio Villa - Il Tuo Mondo

mundo da canção nº 3

Antes de passarmos para as canções de expressão anglo-saxónica cujas letras foram publicadas no nº 3 da revista portuense "mundo da canção" de Fevereiro de 1970, recordamos uma canção italiana, a única que este nº trazia. O cantor era Claudio Villa, a música "Il Tuo Mondo".




Claudio Villa (1926-1987) foi um popular cantor, também actor, italiano, com uma possante voz de tenor cujas primeiras gravações datam ainda da década de 40 em formato de 78 rpm.
Com mais de 3000 canções gravadas participou em diversos festivais da canção, sendo presença assídua no famoso Festival de Sanremo

Em contra-ciclo com a música Pop-Rock anglo-saxónica então já dominante a canção "Il Tuo Mondo" teve particular sucesso sendo por cá bastante ouvida na nossa rádio. "Il Tuo Mondo" foi a canção vencedora do IX Festival Internacional da Canção de Spoleto de 1969.




Claudio Villa - Il Tuo Mondo

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Michel Delpech - Wight Is Wight

mundo da canção nº 3

Ainda na música francesa, numa área mais Pop, a revista "mundo da canção", nº 3 de Fevereiro de 1970, publica a letra de um dos maiores sucessos do cantor francês Michel Delpech, o tão escutado "Wight Is Wight".

Michel Delpech (1946-2016) teve no final dos anos 60, início dos anos 70 o seu período de maior êxito. Encontram-se entre as canções que mais venderam "Pour Un Flirt" em 1971 e a agora recordada "Wight Is Wight" de 1969.




Num registo de adesão imediata, "Wight Is Wight" é uma referência aos festivais da ilha de Wight, por onde tinham passado Bob Dylan e Donovan referidos na letra da canção:

"Wight is Wight
Dylan is Dylan
Wight is Wight
Viva Donovan
..."

Não era, à época, o género de canção que apreciássemos.




Michel Delpech - Wight Is Wight

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Françoise Hardy - J'Ai Coupé le Telephone

mundo da canção nº 3


Se havia alguém, da música francesa, que gostávamos de ouvir quando tínhamos cerca de 10 anos era a Françoise Hardy (e também a Sylvie Vartan de "Twiste et Chante"). Ouvia-se "Tous Les Garçons et Les Filles", "J'Suis d'Accord", "C'Est a L'Amour Auquel Je Pense", "Le Premier Bonheur Du Jour" e olhava-se para as capas dos EP com as fotos da Françoise Hardy, então protótipo de beleza feminina com os seus longos e lisos cabelos castanho-aloirado. Depois deixou-se de ouvir, veio a música anglo-saxónica que monopolizou todas as atenções.

Françoise Hardy, actualmente com 73 anos, iniciou carreira aos 18 anos tendo logo grande êxito com o LP "Tous Les Garçons et Les Filles", rapidamente tornou-se um símbolo da música francesa mas também de beleza a ser copiado. Depois dos anos 60 privilegiou as gravações às actuações com aparições mais espaçadas.




Àquelas canções havemos de voltar, hoje é tempo para lembrar Françoise Hardy na canção "J'Ai Coupé le Telephone" de 1969. É precisamente esta a letra que o revista "mundo da canção" publica no seu nº 3 em Fevereiro de 1970.
Agora é voltar aos anos 60 e deliciarmo-nos mais uma vez com a singular voz de Françoise Hardy.




Françoise Hardy - J'Ai Coupé le Telephone

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Adamo - Petit Bonheur

mundo da canção nº 3

Pese uma discografia distribuída pela sua longa carreira, é na década de 60 que se centram os maiores sucessos de Adamo, Salvatore Adamo. É, efectivamente, de 1963 até ao final da década que se encontram as canções que transformaram o italo-belga num fenómeno de popularidade, popularidade essa que foi diminuindo proporcionalmente ao relevo que a música francesa foi perdendo.
Para os menos novos é sempre com nostalgia que recordamos canções como "Tombe La Neige", "Vous Permettez, Monsieur", "La Nuit", "Ton Nom" ou "Inch'Allah".

Entre as letras de música francesa que o nº 3 da revista "mundo da canção" de Fevereiro de 1970 publicava, constava, mais uma canção de 1969, de Adamo. Entre os diversos Single, EP e LP publicados nesse ano, estava para além de "A Demain Sur La Lune", já aqui anteriormente recordada, a canção "Petit Bonheur".




Uma canção simples, de fácil agrado, e a bonita voz de Adamo que é sempre aprazível lembrar.




Adamo - Petit Bonheur

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Georges Brassens - La Marche Nuptiale

mundo da canção nº 3

Continuamos com a música francesa, continuamos na década de 50, ficamos com um dos maiores autores da canção francesa, George Brassens.

No seu 3º número, em Fevereiro de 1970, a revista "mundo da canção" divulga George Brassens. Na última página a ficha (iniciada no nº anterior com Manuel Freire) resume-nos a vida do cantor, poeta e actor francês.




Em 1970, boa parte da sua obra já tinha sido publicada (12 dos 14 álbuns de estúdio já estavam gravados e publicados) sendo uma figura já bastante conhecida a par de Léo Ferré e Jacques Brel.

É ao ano de 1957 que o "mundo da canção" vai buscar a letra que então publica, "La Marche Nuptiale", canção do seu 5º LP conhecido pelo nome da 1ª canção "Oncle Archibald".




"Mariage d'amour, mariage d'argent
J'ai vu se marier toutes sortes de gens
..."




Georges Brassens - La Marche Nuptiale

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Jacques Brel - Ne Me Quitte Pas

mundo da canção nº 3

Continuamos com o nº 3 da revista "mundo da canção" de Fevereiro de 1970 agora com cinco passagens pela música de expressão francesa, respectivamente Jacques Brel, Georges Brassens, Adamo, Françoise Hardy e Michel Delpech.
Começamos com o génio de Jacques Brel, de origem belga, e aquela canção que o imortalizou, "Ne Me Quitte Pas".
"Ne Me Quitte Pas" é uma canção escrita e interpretada por Jacques Brel que data do ano de 1959, tendo sido posteriormente objecto de variadas interpretações, incluindo dele próprio que em 1972 volta a gravá-la para ao álbum homónimo.




"Ne Me Quitte Pas" pertence, no original, ao 4º álbum de Jacques Brel designado "La Valse à Mille Temps", decorria o ano de 1959.

"Ne Me Quitte Pas" é uma das mais belas canções de amor, é uma canção imortal, é Jacques Brel.




Jacques Brel - Ne Me Quitte Pas

domingo, 19 de fevereiro de 2017

Patxi Andión - Rogelio

mundo da canção nº 3

Patxi Andión presente nos nºs 1, 2 está também no nº 3 de Fevereiro de 1970 da revista "mundo da canção" que temos vindo a recordar.
Desta vez o tema escolhido é "Rogelio" ainda do primeiro LP "Retratos", de 1969, e que também teve edição em Single no mesmo ano.




Patxi Andión a revelar logo no primeiro LP todas as qualidades que o iriam catapultar, na década de 70, para um dos maiores cantautores espanhóis.
Oportunidade para recordar "Rogelio" mais uma bela canção a juntar-se a tantas outras, algumas já aqui lembradas, como "Manuela", "Veinte aniversario", "La Samaritana", "Una Dos y Tres" ou "Canto".




Patxi Andión - Rogelio

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Manolo Diaz - Bibi

mundo da canção nº 3

Manolo Diaz foi um cantor, compositor de música popular espanhola particularmente activo nos anos 60 e 70. As suas primeiras gravações vão para a cantora Massiel e para o conjunto Pop-Rock Los Bravos em 1966. É no ano seguinte que se estreia como intérprete com o excelente álbum "Retablo" com temas tão fortes como "Postguerra", "Ayer Tuve un Sueño", "El Pobre", etc..

Depois de no nº 2 a revista "mundo da canção" publicar a letra da canção "La Juventud Tiene Rázon", no nº seguinte de Fevereiro de 1970 a revista volta a Manolo Diaz desta vez com  a letra de "Bibi" do referido álbum "Retablo".



"Bibi" talvez tenha sido a canção mais conhecida do primeiro LP de Manolo Diaz. A vida típica de um jovem jeitoso, rico e feliz ("El más guapo, el más rico y el más feliz...").
Num estilo marcadamente Pop ficamos então com "Bibi".




Manolo Diaz - Bibi

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Wilson Simonal - País Tropical

mundo da canção nº 3


Gravado em portugal e transcrito no nº 3 da revista "mundo da canção" ficam em falta as canções "Our Last Goobye" de Mike McGill (cantor inglês com passagem pelo nosso país tendo sido acompanhado pelos Pop Five Music Incorporated) pertencente a um Single de 1969 e "Sei de uma Menina" do primeiro EP (onde constava a canção da resistência "Erguer a Voz e Cantar") de António Macedo saído em 1970.

Em língua portuguesa ainda espaço para um sucesso enorme da música brasileira, "País Tropical".
Todo o mundo (mais idoso, claro) se lembra, com certeza, de "País Tropical" na interpretação de Wilson Simonal de 1969, um original de Jorge Ben (que também a gravou de seguida), também Gal Costa no mesmo ano fez a sua versão de "País Tropical" com a colaboração de Caetano Veloso e Gilberto Gil. Mas a que teve, efectivamente, maior adesão popular foi sem dúvida a de Wilson Simonal (1938-2000) constituindo de longe o seu maior êxito. Por cá foi claramente a versão de Wilson Simonal que mais se ouvia em particular em períodos carnavalescos.





A revista "mundo da canção", na página "figuras", do seu nº 3 de Fevereiro de 1970 publica a letra de "País Tropical" que, agora com o aproximar do Carnaval, recordamos.




Wilson Simonal - País Tropical

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Duarte & Ciríaco - Estrada Real

mundo da canção nº 3

Duarte Brás e Ciríaco Martins, estudantes universitários em Coimbra formaram em 1968 o duo de música Folk Duarte & Ciríaco.
A curta duração do duo deu para deixarem gravados 2 EP e 1 Single onde denotam uma sonoridade a alinhar com a música de cariz tradicional com arranjos similares aos então baladeiros como José Afonso, Adriano Correia de Oliveira e Manuel Freire.




A revista "mundo da canção" volta, no seu nº 3, editado em Fevereiro de 1970, a publicar a letra de uma canção do primeiro EP "Nós" do duo, depois de "Naufrágio" no 1º número é agora a vez de "Estrada Real".



A música é de Duarte Brás a letra de Fausto José, eis "Estrada Real", eram os Duarte & Ciríaco.




Duarte & Ciríaco - Estrada Real

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Vieira da Silva - Para a Construção da Cidade Necessária

mundo da canção nº 3

Vieira da Silva não foi um nome que alcançasse a popularidade que outros "baladeiros" no final dos anos 60 tiveram. Já tivemos a oportunidade de o recordar no tema "Canção para um Povo Triste" pertencente no primeiro EP editado em finais de 1969.

Na revista nº 3 de Fevereiro de 1970 a revista "mundo da canção" é publicada uma entrevista com ele apresentado-o assim: "Vieira da Silva é hoje uma das vozes mais importantes no renovar da canção portuguesa."






De acordo como o próprio (www.vieiradasilva-ilhavo.com) o segundo EP surgiu logo em Janeiro de 1970 onde eram incluídos dois temas por ele escritos para Mirene Cardinalli entretanto falecida. Diz Vieira da Silva na contra-capa:
"«PARA A CONSTRUÇÃO DA CIDADE NECESSÁRIA» e «DA SOLIDÃO E DO TRIGO» são duas canções construídas para Mirene Cardinalli.
Canto-as, trazendo a toda a gente parte do seu sonho não realizado. Inútil, já que póstumo, é este o meu grito de saudade-revolta." 

Das 4 canções que compõem o EP, todas de autoria de Vieira da Silva, fica para audição "Para a Construção da Cidade Necessária".




Vieira da Silva - Para a Construção da Cidade Necessária

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Manuel Freire - Eles

mundo da canção nº 3

Presença frequente na revista "mundo da canção" Manuel Freire é novamente referido no nº 3 da revista publicada em Fevereiro de 1970.

Primeiro com um anúncio referente à participação de Manuel Freire no "1º Convívio mc" que viria a realizar-se a 21 de Março. Em relação aos convívios mc pode-se ler em "Historial 1969-2015" (dossier comemorativo dos 45 anos de actividade do "mundo da canção"):
"Corria o ano de 1970, tempo difícil de resistência e de denúncia, quando a revista ousou realizar, no piso inferior da Galeria Alvarez, no Porto, o seu primeiro convívio musical, para o que contou com a presença de MANUEL FREIRE, então celebrizado pela "Pedra Filosofal".
O público encheu por completo aquele espaço de encontro e de convívio e, aos 25 de Abril de 1970, a reincidência aconteceu, desta vez com as canções e a música de VIEIRA DA SILVA." (este nº da revista trás uma entrevista com Vieira da Silva que amanhã reproduziremos).





Segundo a transcrição da letra da canção "Eles", canção do primeiro EP de 1968 de Manuel Freire.
Com letra e música de Manuel Freire repetimos agora a passagem por "Eles".




Manuel Freire - Eles

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Adriano Correia de Oliveira - Lira

mundo da canção nº 3

Adriano Correia de Oliveira marca presença no nº 3 da revista "mundo da canção", editada em Fevereiro de 1970, através da publicação da letra de duas canções.
Primeiro "Trova do Vento que Passa", gravada em 1963, já anteriormente recordada, "... canção que se converteu num hino de resistência entre a comunidade estudantil, marcando um ponto de viragem na canção de Coimbra por lhe conferir um carácter de intervenção político-social" de acordo com a "Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX", segundo com a letra de "Lira", uma bela canção popular açoreana.





A generalidade das fontes aponta "Lira" como uma canção editada por Adriano Correia de Oliveira em EP no ano de 1964, no entanto, em "Canta, Amigo, Canta" João Carlos Callixto indica o EP como sendo de 1968. Ficando esta dúvida, resta recordar "Lira" nesta singular interpretação de Adriano Correia de Oliveira.




Adriano Correia de Oliveira - Lira

domingo, 12 de fevereiro de 2017

Filarmónica Fraude - Na Ilha Virgem

mundo da canção nº 3

No nº 3 da revista "mundo da canção" de Fevereiro de 1970, Maria Teresa Horta, então delegada da revista em Lisboa, assina uma entrevista com António Pinho e Luís Linhares, os dois membros mais destacados da Filarmónica Fraude.
É sob o título "As nossas canções são de sátira, de crítica, retratos..." que, na sequência do êxito entretanto alcançado, a entrevista se desenvolve.




Para além da entrevista, ainda a publicação de duas letras, "Animais de Estimação" do 2º EP do grupo, já aqui recordada, e "Na Ilha Virgem" do álbum "Epopeia", o primeiro álbum conceptual português, uma canção da dupla António Pinho e Luís Linhares sobre tema popular.



"Na Ilha Virgem", "...uma balada com cordas e melancolia e arranjos com algo do sunshine pop da Califórnia" lê-se em "E Tudo Acabou em 69", é a recordação de hoje.




Filarmónica Fraude - Na Ilha Virgem

sábado, 11 de fevereiro de 2017

José Afonso - Qualquer Dia

mundo da canção nº 3

Quando saiu o nº 3 da revista "mundo da canção" a Fevereiro de 1970, o álbum mais recente de José Afonso era "Contos Velhos, Rumos Novos" editado no ano anterior. É dele que é publicada a letra de uma bela canção que constava naquele LP, tratava-se de "Qualquer Dia" com letra de F. Miguel Bernardes e música do próprio José Afonso.





"Contos Velhos, Rumos Novos" é um disco de charneira na obra de José Afonso, da simplicidade (por vezes simplismo) musical das baladas para uma sonoridade mais elaborada e claramente mais interessante que a sua discografia iria apresentar daí em diante.

Lembremos "Qualquer Dia".




José Afonso - Qualquer Dia

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

mundo da canção nº 3 de Fevereiro de 1970

mundo da canção nº 3

Na linha dos 2 nºs anteriores é editado a Fevereiro de 1970, ao custo de 3$50 (menos de 2 cêntimos) o número 3 da revista "mundo da canção". A capa ia para uma fotografia de Joan Baez, na época ainda bastante popular.




No interior, para além das letras de canções da música popular, do Rock e do Pop, bem como alguns artigos de particular interesse (por exemplo: entrevistas à Filarmónica Fraude e a Vieira da Silva), destaque para um anúncio do "1º Convívio mc" com Manuel Freire e  a rúbrica "conselho mc" onde numa lista de canções, estas eram classificadas de uma estrela (ouça já) a 5 estrelas (não ouça). Com uma estrela estava "Canto" de Patxi Andión. Ainda de notar o "Top mc" com os discos mais vendidos nas discotecas do Porto, nos LP estava "Suzie Q" dos Creedence Clearwater Revival (estranho! seria uma colectânea que nos passou ao lado?) e nos Singles "Baby, I Coudn't See" dos The Foundations.






"Canto" é uma canção de Patxi Andión do 1º Single editado em 1968 e logo proibida a sua difusão pública pelo regime fascista de Franco. E com ela começamos a recordação deste nº do "mundo da canção"



Patxi Andión - Canto

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Sheiks - Summertime

Uma das canções que mais interpretações teve em toda a história foi sem dúvida “Summertime” composta por George Gershwin na década de 30 para a ópera “Porgy and Bess”. Com variadas versões, do Jazz ao Rock, também por cá foi celebrada no tempo do Ié-Ié.

É verdade, em 1965, quando os conjuntos portugueses despontavam para a esmagadora influência das sonoridades Ié-Ié houve quem se atrevesse a fazer a sua versão de “Summertime”. Era de temer o pior, mas não, o produto final até acabou por resultar bem. O destaque principal para o primeiro EP dos nossos Sheiks, de Carlos Mendes e Paulo de Carvalho, ia, precisamente, para a feliz versão em ritmo Ié-Ié de “Summertime”.





O resto do EP era infelizmente fraco, “Copo”, “Gloo, Gloo” e “Zalui” não deixam saudades.
Atenção para o texto da contra-capa, que é mais uma relíquia:
“ATENÇÃO SURDOS! Estas linhas são dirigidas em especial a todos os surdos, que não podem por consequência ouvir as interpretações contidas neste disco. Para que não fiquem completamente ignorantes em relação a elas, aqui vos elucido que se trata de um acontecimento no panorama da canção no nosso país. 
Os SHEIKS, dotados de um diabólico sentido de ritmo e de harmonia, criaram um estilo no qual é decisiva a intervenção de coros que exploram maravilhosamente, e o excepcional poder interpretativo dos solistas. 
O público jovem que tanto acarinha os «GRANDES» da nova vaga no MUSIC-HALL internacional tem agora oportunidade de aplaudir um conjunto português de extraordinária classe.”

 Agora fiquemos com “Summertime” em ritmo Ié-Ié, eram os Sheiks em 1965.




Sheiks - Summertime

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Daniel Bacelar - Se Eu Enlouquecer

Daniel Bacelar foi um dos pioneiros do Rock português e, por isso, já aqui o recuperei diversas vezes.

Foi, no início dos anos 60, uma das figuras de maior relevo nos novos sons então emergentes, fã de Rickie Nelson, rapidamente ficou conhecido pelo “Rickie Nelson português”. Nascido em 1943, ganha aos 17 anos o concurso “caloiros da canção” da Rádio Renascença que lhe dá direito a gravar a meias um EP com Os Conchas. No período de 1960 a 1967 deixa-nos gravados 7 EP sendo acompanhado por diversas formações musicais, a saber cronologicamente: Jorge Machado e seu Conjunto, Conjunto Abril em Portugal, Os Gentlemen, Os Siderais e finalmente Os Fliers.




Neste Regresso ao Passado vamos ao ano de 1965, ao 5º EP, onde era acompanhado pelo grupo Os Gentlemen.
Na contra-capa do EP escrevia Daniel Bacelar:
“Aqui estou de novo, depois de uma longa ausência (cerca de dois anos), e como bom filho à casa paterna voltei. Retirei-me exactamente para tentar formar um conjunto, de gente nova, que me pudesse acompanhar tanto em espectáculos públicos como em discos. E aqui está esse conjunto, que me parece possuir autêntica categoria profissional, tanto nos arranjos como na segurança de execução dos mesmos. O conjunto chama-se «OS GENTLEMEN» e gravar com eles foi um autêntico prazer.”

Escolhemos a 1ª faixa do lado B “Se Eu Enlouquecer” original de Daniel Bacelar, recuperada em 2007 pelos Capitão Fantasma no álbum "Viva Cadáver".




Daniel Bacelar - Se Eu Enlouquecer

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Os Tártaros - Lamento

Mais um regresso a Os Tártaros conjunto nortenho que na década de 60 se destacou, em particular na adaptação de temas populares a ritmos e instrumentalizações modernas.

 Em Julho de 1965 a revista “Plateia” sob o título “Nós, "Os Tártaros", lutaremos sempre, por um sucesso cada vez maior...” , eram apresentados como:
“Quatro Jovens, três guitarras e uma bateria. Canções em ritmo «yé-yé».”, deixavam claro “O aperfeiçoamento e a valorização da música portuguesa no nosso ritmo e género, eis o que presentemente procuramos realizar, ora com composições nossas, ora com adaptações”.





Tinham já gravado 2 dos 4 EP que editariam. É do 2º EP, de 1964, que hoje fazemos eco, a começar pelo texto da contra-capa:
“Num estilo reconhecido por "TÁRTAROS" o pregão juvenil de maior êxito, que a nova vaga faz repercutir em eco constante TÁ... TÁR... TÁRTAROS, não se limitou o jovem Conjunto aos sucessos da música de outrora. Foram mais além: Interpretando inéditas melodias que são uma afirmativa do seu talento modernista, conquistam a vanguarda musical, Portuguesa, aos mais internacionalizados GUITARRAS ELÉCTRICAS.”

Das 4 faixas que compõem este EP escolho “Lamento”, um Bolero Rock com todas as influências vindas dos The Shadows, ora aí vai.




Os Tártaros - Lamento

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Os Galãs - Poema

Não fora a gravação de um EP em 1966 e provavelmente passariam esquecidos em qualquer antologia da música popular daquela década feita em Portugal. Estou-me a referir ao conjunto Os Galãs formados no Porto em 1964 e que de acordo com a "Bibliografia do Ié-Ié" de Luís Pinheiro de Almeida “Actuaram nos mais diversos eventos sociais da época, como no Clube Fenianos, na Feira Popular, na Escola de Artes Decorativas Soares dos Reis, no Casino de Espinho, no Hotel do Pinhal (Ofir), no Coliseu do Porto, no Cine-Teatro Vale Formoso, etc.” 
Ainda segundo a mesma fonte:
“Foram os vencedores do I Festival Musical do Porto, patrocinado pela revista Plateia, em 1964, na modalidade de «música de dança».”

A revista «Plateia» no seu Nº 303 de 1966 (ou seja esta cronologia não bate lá muito certa, 1964 ou 1966?) referia-se-lhes assim:
“O I Festival de Música do Porto, realizado, dirigido o apresentado por Mário Tomaz com o patrocínio da «Plateia», teve lugar, em «matinées-vermoutes», no Coliseu do Porto nos dias 16, 23 e 30 de Outubro findo, sendo os dois primeiros dias reservados às meias-finais e o último à finalíssima. Este Festival, que visava apurar os três melhores concorrentes de música «yé-yé», música de dança, música folclórica e música diversa, esta última interpretada por solistas, duos e trios, teve a melhor aceitação na capital nortenha, isto provado pela quantidade de espectadores que acorreram a este extraordinário espectáculo que reuniu cerca de duzentos artistas de música durante os três dias que durou o I Festival Musical do Porto.”





Na realidade a audição deste EP remete-nos directamente para as matinées dançantes onde este tipo de sonoridade era tão habitual, guitarra «à shadows», um órgão a fazer o deleite dos pares dançarinos.
Recuemos pois à nossa meninice e quem puder aproveite para um pé de dança.

Segue Os Galãs e o tema instrumental “Poema”.




Os Galãs - Poema

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Os Titãs - Menino de Oiro

De Os Titãs já recordamos “Canção da beira” (Quando eu era pequenino), “Tema Para os Titãs” e “Mira-me Maria”.

Os Titãs foram um conjunto portuense tendo começado por ser exclusivamente instrumental com grande influência do som praticado pelos The Shadows. Em 1963 participam, no cinema Roma, em Lisboa, no “Concurso de Conjuntos do Tipo do «The Shadows»” de promoção ao filme “Mocidade em Férias” (Summer Holiday) com Cliff Richard e The Shadows.




Nesse mesmo ano gravam os dois primeiros EP totalmente instrumentais, voltamos ao primeiro,onde  na contra-capa do EP se podia ler:
“SE CÉSAR... 
... tivesse vivido no nosso tempo e ouvido "Os Titãs", teria com certeza encontrado outra aplicação para a sua célebre frase da campanha das Gálias: "Chegaram, foram vistos (e ouvidos) e venceram". E era verdade. Surgidos para a música em meados de 1963, estes quatro rapazes constituem hoje cartaz e de tal modo valioso que a sua segunda apresentação profissional logo teve lugar no internacional Casino do Estoril. Tudo isto porquê? Porque, longe de se limitarem a copiar, como tantos outros conjuntos do género, os Shadows, que os inspiraram, se voltaram para a música portuguesa, provando à saciedade os seus imensos recursos, desde que inteligentemente, talentosamente, aproveitada. A prova está neste disco-estreia de "Os Titãs", onde há desde o folclore, representado pela "Canção da Beira" e "Vira da Nazaré", até à balada coimbrã - essa belíssima "Menino de Oiro", do Dr. José Afonso - para terminar com o trintão "Fado do Timpanas" que em hora de feliz inspiração Frederico de Freitas escreveu para o fonofilme - era assim que na época era designado - "A Severa". 
Em resumo. Aqui está o cartão de visita de "Os Titãs". Tratem-no bem, não o amarrotem, nem o risquem, nem o estraguem. Será o primeiro disco da vossa futura colecção de "Os Titãs" - o mais internacional dos conjuntos portugueses.” (assina Joaquim de Macedo)


 Depois de, deste disco, já termos recuperado “Canção da Beira Baixa”,  é agora a vez de “Menino de Oiro”, canção de José Afonso, aqui, em ritmo Pop.




Os Titãs - Menino de Oiro

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Zeca do Rock - Twist Para Dois

Zeca do Rock (1943-2012) foi dos primeiros rockers portugueses.

Em 1961 grava um dos primeiros discos de Rock em Portugal onde se destacavam “Sansão Foi Enganado” e “Nazaré Rock”. Ainda antes da gravação do EP já Zeca do Rock gozava de alguma popularidade, em entrevista à revista “Plateia” de Agosto de 1961, tinha então 17 anos, afirmava “receber umas dez cartas por dia e de todos os pontos de Portugal”.
Sob o título «PRETENDO CRIAR UM ESTILO DE ROCK PORTUGUÊS!» o artigo começava assim:
“«Zeca do Rock» está para Portugal, assim como Elvis Presley para os Estados Unidos, Paul Anka para o Canadá ou ainda Peter Krauss para a Alemanha. Este novo ídolo da moderna geração Iniciou-se nos ritmos trepidantes logo após o aparecimento em Portugal do primeiro filme de «rock».”
À pergunta: “Acredita que no nosso Pais existem vocações capazes de ombrearem com as de além-fronteiras?”
Respondia:
“Sem dúvida nenhuma. Em Portugal conhecem-se muitos valores, que poderão amanhã equiparar-se com as maiores lá de fora. Mas para isso torna-se necessário dar-lhes o devido apoio e desenvolver no público o gosto por esse ritmo, fazendo-o perder a animosidade que tributa ao «rock». O nosso público está arreigado à ideia, aliás falsa, de que o «rock» é uma música para «teddy-boys», uma música para transviados e que concorre para actos menos dignos. Mas estou convencido de que o tempo e a crescente revelação de valores dissiparão essa antipatia.”





A sua curta carreira não terminaria sem a participação no filme “Pão, Amor e Totobola” de Henrique de Campos onde interpreta “Twist Para Dois”.
Do filme, estreado em 1964, foi editado um EP onde uma das faixas é precisamente “Twist Para Dois” interpretado por Zeca do Rock.
Do Elvis Presley português ficamos então com “Twist Para Dois”.




Zeca do Rock - Twist Para Dois

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Os Telstars - Galope

Conjunto de curta duração podem ser hoje recordados graças ao único EP que deixaram gravado em 1963, eram Os Telstars.

Os Telstars (1962-1964) eram de Lisboa e foram dos primeiros a ter uma sonoridade muito próxima dos The Shadows, segundo Luís Pinheiro de Almeida em “Biografia do Ié-Ié” o viola-solo do conjunto “Luís Manuel Pedrosa foi o primeiro músico português a possuir uma Fender, «exactamente igual à de Hank Marvin»,…” e “eram então descritos na imprensa da época como a «réplica portuguesa dos famosos Shadows»”.

Ainda em 1963 participam no “Concurso de Conjuntos do Tipo do «The Shadows»” de promoção ao filme “Mocidade em Férias” (Summer Holiday) com Cliff Richard e The Shadows; concurso ganho pelo Fernando Concha e o Conjunto Mistério.




Quanto ao EP no lado A Os Telstars acompanhavam o cantor Paulo Alexandre em “Dancemos o Twist” e “Horizonte de Esperança”, um Twist e uma balada Rock respectivamente, no lado B dois temas instrumentais de Os Telstars, “T-4”, um Twist, e “Galope”, um Madison (dança popular dos finais dos anos 50, meados dos anos 60).

Junto segue “Galope” e para quem se lembrar de dançar o Madison é aproveitar.




Os Telstars - Galope

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Thilo's Combo - Twisting the Twist

“Director de orquestra, orquestrador, arranjador, compositor e multi-instrumentista (acordeão, piano, harmónica, contrabaixo e baixo eléctrico). Foi um dos principais protagonistas no âmbito da música ligeira em Portugal, a par de Jorge Machado, Shegundo Galarza, José Calvário e Pedro Osório.” Assim começa a entrada na "Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX" referente a Thilo Krasmann (1933-2004).

A residir em Portugal desde 1957 Thilo Krasmann (“ o bom gigante” como simpaticamente era tratado) forma em 1962 o Thilo’s Combo que duraria até 1969 sendo um dos conjuntos mais produtivos em termos de gravações (13 EP e 1 Single). De um ecletismo musical excessivo, é fácil encontrar nos discos gravados influências que vão da música latino-americana a standards de jazz, Bolero, Cha-cha-chá, bossa nova, twist, swing e soul são variantes sonoras que se vão ouvir no Thilo’s Combo ao longo da década.




No primeiro EP de 1962, “Twist na Ronda” a sonoridade dominante é o twist, na contra-capa do EP lia-se:
“O enorme entusiasmo existente pelo "twist", é já hoje um fenómeno mundial a que país algum consegue furtar-se. Com prazer anunciamos a participação portuguesa nessa avassaladora corrente, bem própria da nossa época agitada. O THILO'S COMBO desempenha de forma superior a missão " diplomática " para que foi nomeado, podendo dizer-se que as suas interpretações igualam em nível o que de melhor nos chega de além-fronteiras. 
Para que este disco tivesse o melhor clima possível, a gravação efectuou-se na Boíte-Restaurante Ronda onde o Thilo's Combo actua desde os seus primeiros dias (Março 1962); aproveitando-se assim a exuberante alegria das dezenas de fans do " twist" que ali têm o seu ponto de reunião habitual.

Na capa — A jovem actriz Florbela Queiroz deixou-se conquistar pelo "twist" do Thilo's Combo.”


Junto a faixa de abertura “Twisting The Twist”:




Thilo's Combo - Twisting The Twist

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Teresa - Fever

No Regresso ao Passado de 15 de Outubro de 2015 foi para uma tal Teresa da qual na altura pouco ou nada me lembrava.

Uma pesquisa mais cuidada fez-me descobrir um pouco mais do pouco que sabia acerca da Teresa e levou-me ao vídeo seguinte, num programa da RTP apresentado pelo Carlos Cruz em 1962, a interpretar “Lullaby of Birdland”. “Lullaby of Birdland” um standard do Jazz popularizado nos anos 50 pela Ella Fitzgerald, agora na voz de Teresa, de nome completo Teresa Pinto Coelho.




 Da Teresa, já falecida, ainda se podem encontrar outros vídeos, até bem mais recentes, como um dueto com Rui Veloso nos anos 80, num programa da Simone também nos anos 80, ou ainda outro vídeo, da mesma época, a interpretar “Lisboa à Noite” com o Thilo Krassmann.




Voltando ao EP, por sinal muito interessante, gravado tudo indica em 1961, vamos ouvir “Fever”, com o acompanhamento do Thilo’s Combo, também um standard de Jazz, bem popular.
Na contra-capa do EP pode-se ler:
"Quente, sensual, profunda, reflete o ardor dos corpos quando vivem a paixão: FEVER"

Será esta interpretação de “Fever” pela Teresa a primeira gravação de uma canção de Jazz, em Portugal?




Teresa - Fever