domingo, 26 de outubro de 2014

José Afonso – Balada do Outono

Em Portugal, os anos 60 foram os anos de todas as mudanças (ou a preparação de algumas atrasadas no tempo). Em termos musicais não foi só a explosão do Ié,Ié, Rock, Pop ou o que lhe queiram chamar. Também na área da música dita “popular” a evolução (revolução) foi profunda, do “nacional cançonetismo” vigente, ao surgimento/crescimento do movimento das “baladas”, até à “nova canção portuguesa” do início dos anos 70. Vários nomes são incontornáveis nesta abordagem:
José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Alegre, Luís Cília (entre muitos outros) são nomes marcantes na revolução musical operada ao longo da década.

Comecemos pelo José Afonso, já com algumas gravações nos anos 50,afastar-se-ia, progressivamente, do tradicional fado de Coimbra em busca de novas sonoridades:
"Designei as minhas primeiras canções de baladas não porque soubesse exactamente o significado do termo mas para as distinguir do fado de Coimbra que comecei por cantar e que, quanto a mim, atingira uma fase de saturação” diria José Afonso, em “José Afonso” de José Vale Moutinho, 2ª Edição, Revista e Ampliada.

Em 1960 grava a belíssima “A Balada do Outono”. Curiosamente o EP, sob o nome Dr. José Afonso, dá pelo título “Balada do Outono/Fados e Guitarradas de Coimbra”.
José Afonso, já debilitado fisicamente, ao vivo no Coliseu em 1983, canta “A Balada do Outono”.



(a evolução interpretativa de José Afonso é notória em comparação com a versão de 1960, que ele iria voltar a gravar, em 1981, no álbum "Fados de Coimbra e Outras Canções”)

Para audição “Balada do Outono”, pelo Dr. José Afonso, o início de uma obra ímpar na música popular portuguesa.


José Afonso - Balada Do Outono

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